Fontes históricas sobre Jesus

Eis as citações de historiadores antigos que falam acerca dos cristãos e da razão de sua fé.


De Tácito:
1. O mais importante é o de Tácito que escreveu por volta do ano 116, falando do incêndio de Roma que aconteceu no ano 64. Tácito apresenta uma notícia exata sobre Jesus, embora curta. “Um boato acabrunhador atribuía a Nero a ordem de pôr fogo na cidade. Então, para cortar o mal pela raiz, Nero imaginou culpados e entregou às torturas mais horríveis esses homens detestados pelas suas façanhas, que o povo apelidava de cristãos. Este nome vêm-lhes de Cristo, que, sob o reinado de Tibério, foi condenado ao suplício pelo procurador Pôncio Pilatos. Esta seita perniciosa, reprimida a princípio, expandiu-se de novo, não somente na Judéia, onde tinha a sua origem, mas na própria cidade de Roma” (AnaisXV, 44).
2. Plínio o Jovem, Governador romano da Bitínia (Asia Menor), escreveu ao imperador Trajano, em 112: “…os cristãos estavam habituados a se reunir em dia determinado, antes do nascer do sol, e cantar um cântico a Cristo, que eles tinham como Deus” (Epístolas, I.X 96)
3. Suetônio, no ano 120, referindo-se ao reinado do imperador romano Cláudio (41-54), afirma que este “expulsou de Roma os judeus, que, sob o impulso de Chrestós (forma grega equivalente a Christós), se haviam tornado causa frequente de tumultos” (Vita Claudii, XXV). Esta informação coincide com o relato de Atos 18,2 (“Cláudio decretou que todos os judeus saíssem de Roma”); esta expulsão ocorre por volta do ano 49/50. Suetônio, mal informado, julgava que Cristo estivesse em Roma, provocando as desordens. Os judeus foram expulsos de Roma por outros motivos.
Flávio Josefo:
“Antiguidades Judaicas”, ele faz algumas referências a Jesus. Em uma delas, ele escreve:
“Por esse tempo apareceu Jesus, um homem sábio, que praticou boas obras e cujas virtudes eram reconhecidas. Muitos judeus e pessoas de outras nações tornaram-se seus discípulos. Pilatos o condenou a ser crucificado e morto. Porém, aqueles que se tornaram seus discípulos pregaram sua doutrina. Eles afirmam que Jesus apareceu a eles três dias após a sua crucificação e que está vivo. Talvez ele fosse o Messias previsto pelos maravilhosos prognósticos dos profetas” (Josefo, “Antiguidades Judaicas” XVIII,3,2). ]
Talmude:
A Encyclopaedia Britannica mencionando os talmudes judaicos como fontes históricas sobre Jesus, finaliza o assunto da seguinte maneira:
“A tradição judaica recolhe também notícias acerca de Jesus. Assim, no Talmude de Jerusalém e no da Babilônia incluem-se dados que, evidentemente, contradizem a visão cristã, mas que confirmam a existência histórica de Jesus de Nazaré.”
A “contradição” mencionada pela enciclopédia é o fato dos judeus acusarem Jesus de magia.
“Na véspera da Páscoa eles penduraram Yeshu [...] ia ser apedrejado por prática de magia e por enganar Israel e fazê-lo se desviar [...] e eles o penduraram na véspera da Páscoa.” (Talmude Babilônico, Sanhedrim 43a)
Estes relatos da crucificação estão de pleno acordo com os evangelhos (cf. Lucas 22,1; João 19,31).
Plínio
No século II, quando o cristianismo começou a atravessar as fronteiras do Império, os cristãos começaram a chamar mais a atenção dos pagãos. A difusão do cristianismo foi tão profusa que chegou a ser tema de uma correspondência política entre Plínio, o Jovem, procônsul na Ásia Menor, em 111 d.C. e Trajano. A carta dirigida ao imperador Trajano trata das torturas que os cristãos são submetidos pelos pretensos crimes. Entre eles está o seguinte:
“…[os cristãos] têm como hábito reunir-se em uma dia fixo, antes do nascer do sol, e dirigir palavras a Cristo como se este fosse um deus; eles mesmos fazem um juramento, de não cometer qualquer crime, nem cometer roubo ou saque, ou adultério, nem quebrar sua palavra, e nem negar um depósito quando exigido. Após fazerem isto, despedem-se e se encontram novamente para a refeição…” (Plínio, Epístola 97).
É interessante ressaltar alguns detalhes nesta carta. Plínio relata fatos históricos importantíssimos tais como a igreja em expansão, e a adoração ao seu fundador – Cristo – “como se fosse um deus” (Christo quase deo). Veja que ele não procura negar a existência histórica de Jesus.
Tácito
Cornélio Tácito (55-117), um dos mais famosos historiadores romanos, governador da Ásia em 112 A.D.,genro de Júlio Agrícola que foi governador da Grã-Bretanha, escreveu o seguinte sobre Cristo:
“O fundador da seita foi Crestus, executado no tempo de Tibério pelo procurador Pôncio Pilatos. Essa superstição perniciosa, controlada por certo tempo, brotou novamente, não apenas em toda a Judéia… mas também em toda a cidade de Roma…” (Tácito, “Anais” XV,44).
O contexto desta carta trata sobre o incêndio criminoso de Roma. Nero mandara incendiar Roma e usou os cristãos como bode expiatório. Tácito apesar de não ser simpatizante do cristianismo, confirma, entretanto, fatos históricos importantíssimos tais como: um personagem histórico chamado “Crestos” (Cristo), sua igreja, sua morte e a expansão do cristianismo no primeiro século. Ele tão somente confirma o que já sabíamos através dos relatos evangélicos. (Lucas 3,1).
Talo (52 d.C),o historiador samaritano é um dos primeiros escritores gentios a mencionar Cristo indiretamente. Tentando dar uma explicação natural para as trevas que ocorreram na crucificação de Jesus, diz:
“O mundo inteiro foi atingido por uma profunda treva; as pedras foram rasgadas por um terremoto, muitos lugares na Judéia e outros distritos foram afetados. Esta escuridão Talos, no terceiro livro de sua História, chama, como me parece sem razão, um eclipse do Sol.”
Tanto os escritos de Talo, como de Flêgão, não existem mais, alguns fragmentos foram preservados nos escritos de Júlio Africano (220 d.C)
Mara Bar-Serapião – 73 d.C (?), um sírio escrevendo ao seu filho Serapião sobre a busca da sabedoria, menciona a Cristo como sábio, embora não o mencione pelo nome, mas apenas como “rei dos judeus”. Diz ele:
“Que vantagem tem os judeus executando seu sábio rei?…O rei sábio não morreu; ele vive nos ensinos que deu.”
Tertuliano, jurista e teólogo em sua defesa do Cristianismo menciona uma correspondência entre Tibério e Pôncio Pilatos sobre Jesus (Apologia,2).
Justino, o Mártir, filósofo cristão ao escrever ao imperador Antonino Pio desafia o imperador a consultar os arquivos imperiais deixados por Pilatos sobre a morte de Jesus Cristo (Apologia 1.48).
Celso, o filósofo neoplatônico e inimigo ferrenho do cristianismo também menciona Cristo em seus escritos.

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